BOCUTATU: Como seria se o analfabeto fosse o diretor?

BOCUTATU: Como seria se o analfabeto fosse o diretor?

A web democratizou a comunicação de uma forma que trouxe imensuráveis benefícios para a humanidade, porém é necessário considerar que alguns efeitos colaterais surgiram com o advento das redes sociais, que nos presenteou com o surgimento das notícias falsas, as famigeradas fake news não prosperavam na web, devido a inexistencia de um canal para difundí-las através do engajamento social, o que passou a acontecer em larga escala através do Okrut, Facebook, Google+, Twitter e Whats app.

Produzidas por diversão, passatempo e até mesmo por maldade, as notícias falsas tonaram-se instrumento de difusão de mentiras, boatos, conjecturas, conspirações e são frequentemente utilizadas para semear preconceito, discórdia, ódio e desinformação, o que despertou a atenção das autoridades, que estão criando instrumentos e agências de checagem de fatos, para filtrar o que é notícia do que é pseudo notícia.

Recentemente as notícias falsas passaram a ser produzidas e difundidas em larga escala, como isca (Clickbait) para atraír cliques e monetizar vídeos, sites e blogs, através de anúncios e da mineração de bitcoins, o que fez delas um problema que deve ser enfrentado e combatido, enquanto isso ainda é possível, caso contrário a web que outrora sonhamos como um veículo de difusão de conhecimento e informação, será trágicamente reduzida a um veículo difusor de desinformação.

Como o facebook já está insuportável, dada a quantidade de notícias falsas e clickbaits que circulam por lá, passei a utilizar com maior frequência o Linkedin, na esperança de encontrar uma rede limpa, mas me decepcionei ao me deparar com mentiras maldosas, como a publicação à seguir, que foi compartilhada pelo Diretor Comercial de uma empresa nacional de médio porte.

Publicação Bocutatu no LinkedinMontagem compartilhada nas redes sociais

Ao visualizar a imagem, logo desconfiei da veracidade, primeiramente, porque quem conhece ou lida com os profissionais que atuam com montagem e manutenção industrial, sabe que eles são instruídos e na maioria dos casos possuem ensino técnico, o que já é motivo para desconfiar do suposto erro na montagem do letreiro do Shopping Botucatu.

Shopping BocutatuMontagem compartilhada nas redes sociais

Também considerei que os serviços de montagem e manutenção, possuem encarregados e supervisores, cuja função é atuar como liderança, para evitar que esse tipo de erro aconteça, ou seja, além desses dois motivos que qualquer ser pensante teria para desconfiar que tratava-se de uma montagem, ainda tem o fato de que a foto compartilhada estava em baixa resolução, algo típico de montagens realizadas em programas de edição de imagem.

Para ter certeza, de que eu estava diante de mais uma notícia falsa, propagada via rede social, fui no google e pesquisei sobre o assunto da foto (Bocutatu), e para a minha surpresa, deparei-me com a confirmação de que tratava-se de uma montagem nos três primeiros resultados do mecanismo de pesquisa, e pra piorar, ao pesquisar o termo no google imagens, encontrei facilmente a foto original que é a seginte:

Shopping BotucatuFoto original cujo autor é desconhecido

Tendo em vista que o Diretor Comercial de uma empresa nacional de médio porte compartilhou uma montagem mal feita no Linkedin, e ainda chamou o suposto responsável por inverter as letras da palavra Botucatu durante a instalação do letreito, por Bocutatu, o que na realidade foi feito com um programa de edição de imagem, eu fico tranquilo, afinal poderia ser bem pior, imagine se o analfabeto tivesse diploma e trabalhasse no andar de cima compartilhando ilações para atacar deliberadamente quem trabalha no andar de baixo... Isso seria muito triste, senão um espetáculo patético de soberba, despreparo e ausência total de ética profissional.

Fauzi Mendonça

Engenheiro em Eletrônica

Especializações

Manutenção e Confiabilidade

Redes sociais

Fundador, Diretor Editorial e Colunista da Revista Manutenção, escreve regularmente sobre diversos assuntos relacionados ao cotidiano da Engenharia, Confiabilidade, Gestão de Ativos e Manutenção.

Desenvolvedor Web e Webdesigner, é responsável pelo design, layout, diagramação, identidade visual e logomarca da Revista Manutenção.

Profissional graduado em Engenharia Eletrônica com ênfase em automação e controle industrial, pós graduado em Engenharia de Manutenção, pela Faculdade Anhanguera de Tecnologia (FAT) de São Bernardo e em Engenharia de Confiabilidade, pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Profissional atua há mais de vinte (20) anos com Planejamento e Controle de Manutenção (PCM), em empresas de médio e grande porte, nacionais e multinacionais, onde edificou carreira profissional como Técnico, Programador, Planejador, Analista e Coordenador de PCM.